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miércoles, 26 de diciembre de 2018

Neste Natal, proclamemos com altanaria a Virgindade de Maria, antes, durante e depois do parto

A Virginidade Perpétua de Maria é uma das glórias na que acreditamos os que têmos a honra de nos chamar católicos, e um dos quatro dogmas marianos: a maternidade divina, a Imaculada Conceição da Virgem, a Assunção de Maria e a Virgindade Perpétua de Maria Santíssima. Já no Concílio de Constantinopla (no ano 553)
foi dado a Maria o título de "Virgem perpétua" (aeiparthenos).
Na Escritura, esse dogma é 'desenhado', é claro, para aqueles que o lêem com as luzes da fé (e não com as 'luzes' de um naturalismo racionalista tolo).
Inspirado por Deus, o profeta Isaías já vislumbrou o nascimento milagroso da Virgem: "Antes de ter dores, Ela já havia dado à luz, antes do nascimento, Ela deu à luz um homem" (Is 66,7). Algo similar pode ser dito da exclamação do profeta Ezequiel: "E disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada, não será aberta, e ninguém passará por ela, porque o Senhor Deus de Israel passou por ela, e será fechada" (Ez 44: 2). ). A Santíssima Virgem é a mais augusta Porta Coeli, Porta do Céu, e também podemos chamá-la Porta de Deus, que nos dá acesso a Deus.
Saltando para os dias siguintes à ressurreição do Senhor, o evangelista São João nos diz que "na noite daquele dia, a primeira da semana, os discípulos haviam fechado as portas do lugar onde estavam, porque tinham medo dos judeus. Jesus apareceu no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco" (João 20,19). Oito días depois, o mesmo aconteceu. Então, assim como Jesus com seu corpo glorioso, entrou sem necessidade de portas para a sala onde os apóstolos estavam reunidos com a Mãe de Deus, preservando assim o seio puro da Virgem durante o parto.
É claro que a mais luminosa indicação vetero-testamentária da Virginidade Perpétua de Nossa Senhora, junto com sua fecunda maternidade, é mais uma vez dada pelo profeta e poeta Isaías: "Pois bem, o próprio Senhor vai lhe dar um sinal: a Virgem está grávida e dará à luz um filho, que será chamado Emmanuel "(Is 7, 14). A Virgem já está grávida e ainda é virgem. Esteban Chanona diz com precisão: "Os israelitas se perguntavam como uma Virgem dará à luz um filho; quando receberam este sinal não sabiam que Maria existiria, só sabiam que uma Virgem iria dar à luz e se a Virgem deixava de ser virgem, o sinal estava perdido, ¿quem está grávida? A Virgem, quem vai dar à luz um varão? A Virgem, Quem vai chamá-lo de Emmanuel? A Virgem". 1 E como Santo Agostinho diz: "sua concepção carnal não se realizou através da carne" e "sua natividade na carne deu fecundidade a quem o criou, sem remover a integridade virginal daquela que o alumbrou". 2
Mas a perpétua Virgindade de Maria torna-se ainda mais clara quando a Virgem, que era a submissão total, teve a capacidade de reivindicar diante de Deus seu desejo da virginidade perpétua.
O anjo Gabriel diz à Mãe do Salvador: “Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus, E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus”. (Lc 1, 30-31)
Enquanto isso, a esse anúncio - que representava na época uma das maiores alegrias para toda mulher judia - a Virgem retribui, explicitando assim seu desejo não apenas de não conhecer varão, mas também de não querer conhecer varão, no sentido bíblico:
Perguntou Maria ao anjo: “Como acontecerá isso se sou virgem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus (Lc 34-35).
Ficava anunciado o milagro, não apenas da concepção do Senhor, mas também do miraculoso parto virginal de Nossa Senhora.
Quanto ao resto, embora as mulheres judias apreciassem muito a maternidade, sabe-se que algumas delas se consagravam virgens para o serviço do Templo e, segundo a tradição, Santa Maria era uma delas.
O Nascimento do Verbo Encarnado
Monsenhor João Clá, EP, narra em su magnífica obra "São José: quem o conhece?" o Nascimento, replicando a expressão clássica agostiniana: "Milagre dos milagres! Transpondo o corpo virginal e sagrado e as vestes de Sua mãe, Jesus deixou o claustro materno como o sol atravessa um magnífico vitral, sem quebrar sua virgindade, que Ele manteve com amor divino. E envolto em uma nuvem de luz, o Menino Deus apareceu diante da Virgem Maria. Ela tomou seu Filho e o abraçou, e o nascimento, portanto, não era humano, nem exigiu nenhum esforço de sua parte". 3

E depois do nascimento, um olhar sublime:
Todos os bebês choram quando nascem. O Santo Menino estava com fome e frio, mas ele não chorou. Quando ele abriu os olhos. Ele os fixou em sua Mãe Santíssima, a quem Ela dirigiu um olhar verdadeiramente divino, sorrindo. Que cruzamento de olhares! Tinha apenas uma troca de olhares similar: o último olhar na Cruz. Dois olhares extremos: o do nascimento e o da Morte. (...)
Em relação a este encontro, o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira comenta: "Para Nossa Senhora, Ele deve ter mostrado, ao mesmo tempo, todas as majestades, todas as qualidades dignas de veneração, todos os encantos, todas as doçuras e afabilidades que Ele tinha para todos os homens, a partir desse momento até o final dos séculos. Era sua mãe, concebida sem pecado original e que nunca deixou de corresponder perfeitamente a cada uma das graças que recebera. Podemos imaginar como Ele a amava e como Ela quería a seu Filho. É claro que Ela contemplou e entendeu completamente, como ninguém antes e ninguém depois,  Ela adorou. Somando a adoração de todos os homens até o fim do mundo e de todos os anjos não equivalen à adoração de Nossa Senhora." 4
Peçamos ao Divino Menino e sua Augusta Mãe Virgem, que nos inclua nesse olhar, nessa contemplação que hoje é eterno no céu. Que nesse amor que eles manifestaram naquele primeiro instante, onde eles certamente consideraram toda a obra da Redenção e todos os abençoados, houve até um pequeno espaço para cada um de nós, de modo que pelo amor fecundo que eles tiveram entre sí, não tenham em conta nossas misérias, mas conceder-nos a graça de alcançá-las no céu para sempre.
Fonte: Saúl Castiblanco para Gaudium Press
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1 Esteban Chanona. La Virginidad de María. In http://es.catholic.net/op/articulos/64362/cat/1077/la-virginidad-de-maria.html#modal
2 San Agustín. Sermón CXCV, n. 1 In: Obras: Madrid. BAC. 1983. T. XXIV. P. 50.
3 Mons. Joao Scognamiglio Clá Dias, EP. San José: ¿Quién lo conoce? Heraldos del Evangelio. 2017. Lima. p. 224
4 Ibídem, pp. 225-226