Longe das "numerosas" famílias, como a dos mártires poloneses ou como tantas na Itália de um século atrás. O colapso da taxa de natalidade atingiu aqui, em 2017, o seu nível mais baixo que nunca. Em um país de 60 milhões e 500 mil habitantes, apenas 458.151 crianças nasceram no ano passado, e ainda menos, cerca de 440 mil são os novos nascimentos previstos para 2018, pouco mais de 7 por 1.000 habitantes, 30% abaixo da média da União Europeia, que já é a região do mundo com o recorde da não-natalidade.
Se pensarmos que a taxa de fertilidade - ou "índice de fecundidade total" - que garante crescimento zero, ou seja, a taxa de reposição da população, é de 2,1 filhos por mulher, os dados italianos são drasticamente baixos desde décadas atrás e em 2017 está estabelecido no nível 1.3, com numerosas regiões com nascimentos ainda mais escasso e com a Sardenha diretamente precipitada ao nível 1.06.
Esses números já
testemunham uma marcha inexorável em direção à extinção de um povo.
Mas ainda mais
impressionantes são os dados que se referem aos casamentos. Eles eram 203.000
em 2016 e caíram para 191.000 em 2017, 6% menos em um ano, uma segunda queda
apenas para a diminuição fisiológica de 1975, o ano posterior à aprovação do
divórcio na Itália.
Mas atenção. Aqueles
que caem não são casamentos com pelo menos um cônjuge estrangeiro, nem os
segundos casamentos de divorciados e viúvos. O verdadeiro colapso é dos
primeiros casamentos - menos de 7,3% - e ainda mais dos casamentos religiosos,
com uma queda de 10,5% entre 2016 e 2017.
É assim que o demógrafo Roberto Volpi, não católico, comenta na edição de 29 de novembro do jornal "Il Foglio":
É assim que o demógrafo Roberto Volpi, não católico, comenta na edição de 29 de novembro do jornal "Il Foglio":
"A razão pela
qual esse revés é ainda mais preocupante do que qualquer outra coisa é
rapidamente explicada. Ainda hoje, 70% dos nascimentos ocorrem na Itália dentro
do casamento, mas é ele o que claramente garante mais nascimentos no que diz
respeito ao casamento com rito civil. O último é, de fato, e acima de tudo, o
casamento que recorrem os divorciados, viúvos e casais mixtas de italianos e
estrangeiros, ao contrário do casamento religioso que ainda é de longe
preferido pelos celibatários e solteiros, mais jovems e com uma alta propensão
para ter filhos".
E ele conclui
dizendo:
"A alta
nupcialidade marcou a Itália nos anos de reconstrução pós-guerra, do milagre
econômico, da inventividade e da confiança dos italianos no futuro. São os casamentos
os que dizem quantos de nós são saudáveis ou doentes. Estamos atualmente em
um estádio quase terminal. Não seria ruim se a Igreja, a primeira a pagar o
preço, entendesse e fizesse um movimento".
Esta última frase parece paradoxal, depois de um duplo sínodo dedicado pela Igreja Católica ao tema da família.
Esta última frase parece paradoxal, depois de um duplo sínodo dedicado pela Igreja Católica ao tema da família.
Paradoxal, mas
verdadeira, já que esse duplo sínodo foi deliberadamente incendiado pela
discussão sobre a Comunhão aos divorciados que se casaram novamente e na
admissão misericordiosa do que não é casamento, a convivencia de casais
homossexuais.
Uma discussão que deixou o campo livre à ofensiva dos adversários do verdadeiro casamento. Como na famosa frase de Lívio: “Dum Romae consulitur, Saguntum expugnatur” [Enquanto em Roma discute-se, Sagunto é tomada por assalto].
Enquanto em Roma disute-se voto a voto, o inimigo invade a cidade.
Uma discussão que deixou o campo livre à ofensiva dos adversários do verdadeiro casamento. Como na famosa frase de Lívio: “Dum Romae consulitur, Saguntum expugnatur” [Enquanto em Roma discute-se, Sagunto é tomada por assalto].
Enquanto em Roma disute-se voto a voto, o inimigo invade a cidade.